domingo, 14 de março de 2010

Sobre o Amor e suas moradas

Aluisio Barros


A morada do Amor mudou-se
desta e daquela outra esquina,
anuncia-me um Anjo de rosto disforme,
mas com uma auréola incandescente,
marcando-lhe os volteios na neblina.

(Inútil procurá-lo em Berlim ou na Faixa de Gaza,
Belíndia, Budapesticida ou Madagascárie
ou ainda no diabo e que teu coração se parta,
grita uma voz sem rosto, sem sinal algum).

Da profecia das cem noites insones,
tantas vezes anunciada pela minha mãe,
livrai-me, meu Jesus Cristinho,
com suas chagas e cravos ainda cravados
pelos pecados que não me deixam
e pelos desejos que os meus olhos
vão arrastando atrás de mim,
mal o recinto da rua adentro,
para encontrar Amor nenhum.

- Em certos tempos, a solidão é farinha barata!

Um comentário: