quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Resenha



A resenha consiste em examinar e apresentar o conteúdo de obras prontas (texto-base), acompanhado ou não de avaliação crítica (não deve ultrapassar 10 linhas). Na resenha, leva-se em consideração, além das ideias levantadas, a divisão, a disposição da obra, a estrutura, a forma e o estilo do autor, o método de abordagem, a linguagem empregada. Inclui, ainda, julgamentos de valor, tais como comparações com outras obras da mesma área, a relevância da obra em relação às outras do mesmo gênero, a originalidade do tema ou do tratamento dado ao tema, a consistência, o rigor da abordagem teórica e etc.

PARTES ESSENCIAIS DA APRESENTAÇÃO DE UMA RESENHA

@ Identificação da obra: autor, título, editora, total de páginas;

@ Credenciais do autor: formação, publicações, atividades desenvolvidas na área;

@ Conteúdo: ideias principais, pormenores importantes, pressupostos para o entendimento do assunto e breve explicação das conclusões do autor;

@ Crítica: determinação histórica e metodológica (científica, jornalística, didática) da obra, contribuições importantes, estilo, forma, méritos, considerações éticas.


Como se faz uma resenha

Usada em atividades acadêmicas e no jornalismo cultural, a crítica a obras exige capacidade de síntese conjugada a uma boa argumentação.

Por Geraldo Galvão Ferraz

Escrever uma resenha é um excelente exercício de redação. A resenha é a espécie de texto mais usada em atividades acadêmicas e está sempre presente no chamado jornalismo cultural. O que popularmente recebe o nome de “critica” de livros, filmes, CDs, DVDs, peças teatrais, balés, exposições, shows, nada mais é do que resenhas. Ou seja, sínteses e comentários sobre uma obra artística. Claro, elas podem abranger apreciações sobre livros técnicos, científicos ou filosóficos.

O objetivo da resenha, geralmente, é hoje divulgar o fato cultural e servir ao seu leitor como uma bússola em meio à produção cada vez maior da indústria cultural. Quem entra numa mega livraria abarrotada de milhares de ofertas, tende a sentir-se mais confortável se já leu uma resenha de tal ou tal livro. Resenhas ajudam na seleção bibliográfica para trabalhos acadêmicos ou científicos, evitando perda de tempo com leitura de livros e mais livros, e funcionam para a atualização de estudiosos.

A resenha oscila da síntese para a análise e vice-versa. Será bem sucedida a resenha que equilibrar essas duas vertentes.



Usando uma lista de verificação

Para ajudar na síntese do conteúdo da obra, uma lista de checagem da avaliação pode incluir o “assunto”, ou seja, do que a obra trata e seu desenvolvimento, os objetivos do autor com seu texto, como evolui o raciocínio do autor, o que geralmente é explicitado capítulo a capítulo.
Se você ainda quiser fazer uma verificação final, após ter escrito a resenha, uma lista de chek-in como a dos pilotos que vão fazer um avião decolar, há algumas perguntas que você deve responder:

@Seu texto está adequado ao público para que você está escrevendo?

@Sua resenha mostra que você é uma pessoa que refletiu sobre o texto e tem um repertório suficiente para avaliá-lo?

@Está na resenha o que o autor destacou como importante na sua obra?

@Aqueles elementos essenciais da estrutura da resenha estão todos ali?

@Suas opiniões estão equilibradas e fundamentadas? Você não cometeu excessos de avaliação?

Releia para conferir se adjetivos, verbos estão corretos e se não há problemas de correção gramatical no texto.

RESPEITAR O LEITOR

O resenhista tem de saber exatamente a que público se destina seu trabalho. Uma resenha acadêmica exige um determinado tipo de texto mais culto e permite citações mais complexas. A jornalística requer um texto mais acessível e o cuidado de situar fatos e pessoas com as devidas explicações para um público não tão enfronhado no assunto.

Como a resenha é um texto breve, uma boa dica é capturar o leitor desde o primeiro parágrafo ou da primeira frase. O melhor é descobrir algo provocativo, intrigante, que agarre o leitor de cara. As resenhas acadêmicas, contudo, seguem um modelo quase padronizado, de ter um cabeçalho informativo sobre os dados bibliográficos da obra resenhada, depois passam para os dados do autor, seu currículo acadêmico, por exemplo.

Para a resenha não-acadêmica, não há tais limites. Identificar algo insólito sobre o texto ou sobre o autor pode ser um modo interessante de começar. Ou falar de um aspecto muito recorrente, como o texto em forma de diário, o filme que conta a história em flashback, o CD que revive standards de uma década afastada...


Equilibrar a síntese

Por ser texto breve, é recomendável usar frases curtas e diretas. Fazer o contrário é dar pijama e travesseiro para o leitor. Não se perca em detalhes demais, porque o espaço é curto. Pense na condição básica: resenha é síntese.

Na estrutura essencial da resenha há certos elementos que não devem faltar. Onde você irá colocá-los, é questão de gosto e estilo. Sem desprezar o bom senso. Uma menção ao nome do autor, a descrição do conteúdo da obra, a avaliação, a comparação com outras obras do mesmo autor, tema ou contexto histórico-artistico e uma conclusão que sintetize a opinião de quem escreve. Comparar um livro ou um filme com outros semelhantes – ou diferentes – pode ser esclarecedor na busca de aspectos originais ou vigorosos daquilo que se resenha.

O estilo do autor é outra pista a ser seguida. Da mesma forma que a maneira de construção dos personagens a avaliação de que eles serão lembrados ou esquecidos em pouco tempo.

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